domingo, 30 de dezembro de 2012

Livros (2) - Ebook Readers

Olá, olá!

Recentemente a linda e superpoderosa Amazon chegou no Brasil e trouxe junto o Lindle, ops, quero dizer, o Kindle, o ebook reader dos sonhos de uma parte não calculada, porém verdadeiramente grande de Ratos de Sebo, Ratos de Estante, Ratos de Biblioteca, Ratos de Livrarias e outros roedores literários.
Como uma boa universitária que faz parte do esteriótipo crássico ( sem grana, sem tempo, sem saco pra coisas não-práticas ), eu estou pulando de êxtase. Sim, de êxtase, já passei pela fase da felicidade, da animação infantil, da comemoração idiota e agora estou atingindo o Nirvana Bibliófilo.

Já a minha vó, como sempre, não entende o motivo dessa euforia toda. Ela acha que esses ebook readers são um grande desperdício de dinheiro. Segundo ela, com os R$ 299,00 que o Kindle custa, você compra milhares de livros (ou milhares de roupas, que, segundo ela, é mais importante.). Além disso, essas maquininhas consomem energia, estragam as vistas, e se quebrarem, matam sua biblioteca toda. Pra ela, o ideal é deixar as coisas como estão: livros bons na estante, livros caros na livraria e livros ruins sendo trocados no sebo.

Eu discordo to-tal-men-te, inegavelmente, grandemente, e todos os advérbios com -mente existentes na nossa amada Língua Brasileira que se encaixem no contexto do meu discurso!
Vamos por partes:

1) O preço:

Sim, é verdade. O Kindle custa 300 pratas. É metade de um salário mínimo. Mas vamos ser sinceros? Tem muita gente que paga quase isso em abadás de micaretas, carnavais, em bebidas na balada de toda sexta-feira, em roupas por mês, em cigarros ( sim, faz sentido, queridos. A pessoa que fuma 1 maço por dia de um cigarro mais barato tipo o Free, que custa uns 5 reais, fuma um Kindle a cada dois meses! ) etc.
Sim, ele poderia ser mais barato? Poderia. Mas o custo-benefício dele está bem na cara para quem costuma comprar livros: Um ebook costuma ser 30% mais barato do que o livro normal ( o que eu acho um absurdo, deveria ser pelo menos 50%, já que não há custos com impressão, transporte, armazenagem etc,mas enfim. ), o que ajuda e muito aos amantes de livros.

Por exemplo, eu tenho um amigo muito querido chamado Thiago que devora livros com uma velocidade surpreendente. Ele deve gastar uns R$ 100,00 em livros por mês, o que dá uns R$ 1200,00 por ano. Com um Kindle, ele, provavelmente, gastaria R$ 360 a menos.

"-Ah, mas o Kindle não custa 300 reais? Então, ele só economizaria 60 por ano!" 

Mas o Kindle você só compra uma vez, não é todo mês ou todo ano! E 30% de desconto  nos livros é a média calculada por uns sites de tecnologia. Eu mesma já encontrei vários livros na Amazon de graça, já vi livros por 3 reais, 5 reais, já baixei clandestinamente livros de graça com traduções e/ou edições perfeitas, iguais a de editoras como Cia das Letras ou Editora 34. Sim, porque tem muita gente que passa seus momentos de folga DIGITANDO os livros "bons", pra garantir que as traduções sejam perfeitas. Um beijo no coração de vocês que fazem isso, seus lindos! <3 
Ou seja, fazendo uma conta bem louca, se ele gastava 100 pratas por mês, ele pode gastar, com um kindle em mãoes, uns 40, se conseguir algumas versões digitadas gratuitas dos livros que ele mais gosta!

(até porque esse meu amigo é apaixonado em bestseller épico tipo Guerra dos Tronos, e esses são incrivelmente tranquilos de se encontrar de graça em sites de ebooks gratuitos!)

Ah, claro, tem também os livros de Domínio Público. Machado de Assis, Dante, José de Alencar, Shakespeare, Cervantes, Monteiro Lobato (em breve), entre outros, são completamente gratuitos. Esse meu amigo AMA Shakespeare. Mais dinheiro economizado pra ele, então!

Além disso, tem muita gente por aí ganhando 2 salários mínimos no máximo com iPhone no bolso. Ou seja, rola um esforço para pagar um aparelho de quase mil reais, e para custear as festas na Lapa, mas não rola 300 parcelados em 10 vezes no cartão para comprar um leitor de livros? Aham, senta lá, Cláudia!

2) Energia

Muita gente vem com o mimimi de que livro em papel é insubstituível por não necessitar de energia elétrica.
Vamos ser sinceros de novo: é verdade, essa é uma incrível vantagem do livro, mas e se eu quiser ler de noite? Ou em um ambiente fechado? E se o dia estiver nublado? Não vou precisar de energia de qualquer jeito? Aliás, para o quê a gente não precisa de energia hoje em dia? Celular, carro, ônibus, lâmpadas, geladeira, fogão, ar condicionado ( ainda mais no Hell de Janeiro! ), postes, os servidores da google, o modem da internet, desfibriladores, enfim, tudo isso precisa de energia elétrica. Pra quê renegar o livro digital só por quê ele também precisa de uma forcinha externa?

Ah, lembrando que a bateria do Kindle dura mais ou menos 15 horas. Não tá bom não? É mais ou menos uma hora de uso por dia durante 15 dias! Nem meu celular dura isso tudo!

3) Faz mal pras vistas.

Kindle e Ipad ampliados em 400X.
Não, não faz. O Kindle, ao contrário de um tablet, de uma tv ou de um celular, usa uma tecnologia super legal chamada e-ink, que imita o papel. De modo resumido, o e-ink é uma espécie de tinta magnética que é direcionada por campos magnéticos internos ao aparelho e vai "desenhando" as letras na tela.


Leitores ávidos já perceberam que uma das melhores folhas que um livro pode ter é a pólen, que não é branca nem brilhante, por isso não força suas vistas. Isso acontece com os e-readers, já que não há luz e o fundo é cinzento.

Por sinal, graças à ausência de luz, você pode ler seus ebooks em um lugar iluminado sem problema, já que ele não reflete a luz.
Para mim, é uma das melhores características do Kindle, já que eu estou em um relacionamento sério com a Enxaqueca desde os 12 anos de idade, e ler em tablets faz tudo doer...

4) Se o e-reader quebrar, você perde seus livros.

Falso! A Amazon cria uma "nuvem" de 5gb para você, e ainda possibilita uma sincronização com o aparelho android que você quiser. Por exemplo, eu tenho um tablet da motorola, e, graças ao aplicativo do Kindle, eu posso ler todos os livros do meu Kindle nele. Ele sincroniza com a minha nuvem e eu continuo a ler exatamente da página em que parei no e-reader.
Ou seja, se você deixar seu Kindle cair no chão e ele quebrar, não se preocupe, seus livros estarão seguros na nuvem.

( Por sinal, eu não acho que você vai conseguir quebrar seu Kindle tão fácil assim... Ele não tem uma estrutura interna complexa, cheia dos mimimis. Ele lê livros, entra na internet, organiza sua biblioteca, baixa livros e outras coisas do gênero, mas não passa disso. E quanto menos função tem um aparelho, mas resistente. 
Duvida? Pega um Nokia 3310 e um Iphone e taca os dois no chão. O que acontece? Veja na imagem ao lado.)

Agora, imagina que tragédia: Você passa um mês juntando dinheiro, pesquisando na internet, visitando sebos e livrarias para comprar aquele livro especial. Você encontra uma promoção incrível em uma loja, vai lá e compra! Que delícia! Ao sair da loja, você descobre que está chovendo. Tudo bem, você tem seu guarda-chuva! Quando chega em casa, louco para ler seu bebê, seu cachorro, em uma explosão de amor e felicidade, te derruba no chão, fazendo com que seu livro escorregue da sua mão e mergulhe em uma poça de água. Adeus livro, adeus felicidade, adeus vida. O melhor a fazer nesses casos é pular em um rio com uma pedra amarrada em uma corda presa ao seu pescoço.
Ou isso, ou comprar um Kindle!

Bônus: 5) Ebook não substitui o livro físico.

Olha, eu até entendo a paixão que as pessoas tem pelos livros. Eu também tenho esse amor, em escalas menores. O cheiro, o virar de páginas, o toque, enfim, essas coisas são muito agradáveis!
 Mas isso tudo é ignorado quando suas costas doem pelo peso que você sente ao carregar um livro de 2kgs na mochila. Uma Gramática Pedagógica do Português Brasileiro e um Guerra dos Tronos na bolsa já me arrebentam toda. Segundo o Estante Virtual, esses dois livros juntos pesam 2 quilos e 426 gramas! São dois quilos e meio! Some isso com um netbook, um caderno, estojo, estojinho de pasta de dente, garrafa d'água, filtro solar, um lanchinho e textos xerocados e você entenderá porquê o Kindle é tão amado por alguns universitários!

Além disso, livros grandes são difíceis de serem manuseados. Você precisa das duas mãos, o que dificulta ler em uma viagem, ou na cama, ou comendo ( se você for que nem eu que adora comer lendo. E vice-versa.) etc.
E o peso? Depois de meia hora lendo o Guerra dos Tronos, meus pulsos já pedem clemência, misericórdia, arrego e pinico!

Em compensação, o Kindle pesa menos de 200 gramas, tem menos de 1 centímetro de espessura e "aguenta" mais de 1000 livros. I rest my case.

Há quem diga que é melhor comprar um tablet e baixar um aplicativo leitor. Eu digo que não. Primeiro pela questão já citada do e-ink. Segundo porque tablets são mais pesados, maiores e possuem distrações demais. Imagina que lindo ler um Machadão de Assis com o facebook piscando, uma atualização de joguinho te cutucando, um email implorando pra ser checado! Não dá!

Eu acho, apesar de gostar do livro impresso por questões sentimentais e estéticas, que vale a pena apostar em um Kindle ( ou outro e-reader ), já que o livro digital supre inúmeras carências de seu primo de papel, tornando a leitura mais acessível e confortável.
Afinal, é isso que importa, não é? Poder ler mais, desfrutar mais, aprender mais, absorver mais, se divertir mais?
Como diria André Gardel, Literatura é gozo, e ponto final. E eu não vejo mal em sentir prazer com mais frequência.
=)

Beijos, abraços e gozos literários!

Netinha Querida

P.S.: Se vocês quiserem comprar um e-reader, mas estiverem em dúvida, o canal Capitu Já Leu? fez um comparativo entre o Kobo e o Kindle, e depois um Review do Kobo sozinho. Assina a gente, quero dizer, eles! hahaha

 Kobo X Kindle: Qual escolher? Parte 1
Kobo X Kindle: Qual escolher? Parte 2

sábado, 24 de novembro de 2012

o estado atual dos cursos de Letras

Ao contrário dos meus posts anteriores, hoje eu concordarei com minha amada avó.
(Para quem não lembra do que se trata este blog, já que eu praticamente o abandonei, leia o primeiro post: Ela odeia, eu discuto. :] )

Minha vó, na sua breve experiência acadêmica ( ou seja, nada além de acompanhar a formação em pedagogia de minha mãe ), já notou que tem muitas coisas erradas com o meu curso. Apesar de não entender muito bem do que se trata uma faculdade de Letras, ela sabe que é um curso de formação de professores, principalmente. Por isso, quando eu comento com ela que não temos coisas básicas, como latim ou grego, ela se espanta e pergunta:

"- Ué! E se um aluno te perguntar a origem de uma palavra, você faz o quê?"
Também gostaria de saber, vovó. Mesmo.

Neste post vou contar o que acontece no meu curso de Letras. Escolhi o título "o estado atual dos cursos de Letras" mesmo sabendo que esse post é totalmente direcionado a um curso específico. Mas, como eu sei que há muitos cursos que passam por esses e outros problemas, o título fica. 
Não vou dizer o nome dessa universidade por questões de...respeito (?). Vou chamá-la de UFY: Universidade Federal Y!

Olha, pensando bem, eu deveria era jogar tudo no ventilador!
Dizer até quem criou o curso e tudo o mais. Só não faço isso por três motivos: 1) É fácil descobrir o nome sem eu contar. Se você, querido leitor, quiser mesmo saber, é só colocar no google ou olhar nos posts anteriores; eu acho que já falei sobre minha faculdade neles. 2) Há muitos professores especiais nesse curso, e não quero que eles levem a culpa por estes deslizes que são cortesia de quem criou a Letras de lá. 3) Não quero ser acusada de querer destruir o curso. Aliás, se alguém pensar isso, por favor, queira ir abraçar um cacto! O que eu quero é que o curso melhore e cresça!


Prepare seus cafés ou energéticos, por que a lista de problemas é looonga...

Vamos à história do Curso de Letras da "UFY"!

Um belo dia, o professor X resolveu que estava na hora de criar um curso de letras na Universidade Federal Y. A iniciativa é fantástica, já que é muito estranho uma universidade federal não possuir um curso de letras. Pois bem. O curso foi criado. PORÉM,

1) Foi criado um curso dentro de um instituto de artes, e não de ciências humanas. Logo, o curso é 90% voltado para... artes. Literaturas de todo tipo, teatro, poesia... Isso é ruim? Não, é ótimo existir um curso que se preocupe com isso!! A quantidade de cursos por aí que ignoram as literaturas "marginais" ( no bom sentido, gente, pelo amor de deus. -.- ), contemporâneas, transgressoras etc, pra dar lugar às literaturas ""clássicas"" não está no gibi!

O problema está naquela porcentagem ali: um curso de letras não pode ser totalmente voltado para uma coisa e abandonar as outras! Explico:
- Nosso curso NÃO tem uma aula de Latim ou Grego sequer.
- Nosso curso possui DUAS disciplinas de linguística: Introdução à Linguística e Fundamentos da Linguística.
-Nosso curso possui CINCO disciplinas de língua portuguesa ( lembrando que a UFRJ tem OITO disciplinas desse tipo), sendo uma delas semântica formal, e não da língua portuguesa.
- Nosso curso possui QUATRO matérias relativas a ensino, duas já foram ofertadas, duas não. Das duas que foram ofertadas, uma delas é sobre ensino de Literatura, e é dividida em 5 tópicos: 4 de TEORIA LITERÁRIA e UMA de ensino, sendo utilizados para esse tópico, materiais de uso acadêmico, para formação de professores, e não para ensino fundamental ou médio. Em compensação, nós temos aulas de tudo quanto é tipo de literatura e poesia ( inclusive a, na minha humilde opinião, detestável e inútil poesia sonora.).
Isso tudo para formar editores, poetas, escritores etc.

Sacaram o problema principal? Não só há um """"""esquecimento""""" de que um curso de letras é formador de professores por excelência e que há uma licenciatura ali, como há o mesmo """""esquecimento""""" em relação à matérias fundamentais para qualquer curso de Letras!  ( E o """esquecimento""" em relação à formação de professores conseguiu atingir alguns alunos: em uma reunião entre os alunos feita uma semana antes da visita do MEC, uma aluna DA LICENCIATURA lançou a pérola "Ué, mas se você quer ser professor, vá para a Uerj ou para a UFRJ e saia da UFY!".)

2) Foi criado um curso com verba do REUNI ( Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais ). A prioridade do REUNI é criar novos cursos e estimular a formação dos professores, logo, já dá pra ver, com base no item 1) acima, que um dos objetivos do REUNI não está rolando.
Mas isso não é o pior. Foi investido uma grana pra criação desse curso, o prédio onde ele foi instalado foi/ está sendo reformado, tá ficando um brinco, com ar condicionado e tudo mais. Mas pergunta se tem uma biblioteca? Sério, NÃO HÁ BIBLIOTECA PARA O CURSO DE LETRAS DESSA UNIVERSIDADE!! Há uma biblioteca geral que tem um punhado de livros de outras matérias ( Teatro  principalmente) e alguns livros velhos e caquéticos de outros cursos ( Pedagogia, Turismo, por exemplo ) que se aplicam à Letras. Por exemplo, tem um Saussure que já ultrapassou a quarta idade, tem uma gramática do Celso Cunha e alguns livros de literatura e de teatro que, em sua maioria, não se aplicam à nossa grade. SÓ.

Quando questionamos o professor responsável pela "encomenda" dos livros, ele disse que a lista já foi enviada em 2010 e passou a bola pra biblioteca, que ainda não os comprou. Quando questionamos os bibliotecários, eles dizem que já compraram, mas que os livros não "desceram" por falta de funcionários ( eles chamam de "descer" o ato de colocar um livro à disposição pois o "estoque" da biblioteca fica no segundo andar ).

Aí você me diz "Poxa, Netinha, a culpa não é do seu curso, é do governo que não liberou verba para contratar bibliotecários".

E eu respondo: "É o cacete. Esta universidade possui um curso de biblioteconomia LOTADO de estagiários em potencial. E os funcionários da biblioteca tem tempo de sobra pra catalogar 300 livros, pelo amor de deus! Já se passaram 3 anos de curso, praticamente, dava para ter catalogado 100 por ano!E o professor X, que criou o curso, deveria ir lá e reclamar, afinal, seus alunos estão comprando os livros caros do próprio bolso! "
Devo comentar que eu mesma já fui na sala onde os livros estão? E que são, em sua grande maioria, livros de literatura, teoria literária, teatro etc? Não, né? Ok.

Os alunos, no início do curso, fizeram uma vaquinha para comprar um livro do Davi Arrigucci Jr - vaquinha esta que eu organizei - e doamos o livro pra biblioteca. Isso foi no final de 2010. O livro ainda não está disponível para consulta.


3) Foi criado um curso com verba do REUNI, como dito anteriormente. As salas foram reformadas, pintadas, compraram cadeirinhas novas, colocaram ar-condicionado. Só esqueceram de criar UMA SALA DE ESTUDOS! Sim, não há salas de estudos nessa universidade!!
Pra não ser injusta, há uma salinha de reuniões que é pequena, mas dá pro gasto. Cabe uma mesa redonda e outra com umas 7 ou 8 cadeiras. Dá pra uns 10 alunos estudarem ali.  A sala era bem ferradinha, as cadeiras tinham cupim a dar com pau, era quente e as tomadas não funcionavam.
...virou sala de descanso pros funcionários.

Nossa "sala de estudos"...
Um belo dia, o MEC disse "VAMOS AÍ AVALIAR O CURSO!" e foi a maior correria! Pinta daqui, ajeita dali, maqueia de lá! Correram para consertar essa sala como eu nunca vi! Colocaram cadeirinhas acolchoadas, pintaram, trocaram as tomadas, até ar-condicionado colocaram! O MEC veio, avaliou e foi embora. Sabe o que aconteceu alguns meses depois disso? A salinha de estudos virou vestiário dos pedreiros que estão reformando o prédio. Você pode ver isso nessas fotos que eu tirei. Além de carrinho de mão, botas e roupas sujas, tem sempre um pedreiro sem camisa lá. Eles almoçam, trocam de roupa, deixam seus pertences, guardam um ou outro material de obras... Enquanto isso, os alunos estudam na escada ou no chão do corredor. Dá para acreditar?
Não estou falando que eles não possam ter um lugar para essas atividades! É LÓGICO que eles tem que ter uma sala de descanso, almoço etc. Mas não a ÚNICA sala de estudos do campus!

Aí você me pergunta: "E a biblioteca geral que você falou? Por que não estuda lá?"
E eu respondo: "Por que os bibliotecários de lá acham normal falar alto dentro da biblioteca! Sim, eles acham! Eu perguntei um dia para um deles por quê há tanto barulho lá, e ela disse 'olha, não dá para ficar em silêncio aqui. A gente precisa conversar também!', como quem quer dizer 'Somos humanos, não animais'. Só que AQUILO É UMA BIBLIOTECA, GENTE! VOCÊS DEVERIAM SABER DISSO QUANDO FIZERAM O CURSO DE BIBLIOTECONOMIA: UMA BIBLIOTECA TEM QUE SER SILENCIOSA, PELO AMOR DE CRISTO!".

"""""modernização"""""
4) Como já disse, foi criado um curso com verba do REUNI blá blá blá, reformaram o prédio, blá blá blá, mas esqueceram de um detalhe muito importante: Acessibilidade! O chão do pátio é de paralelepípedos. Não há uma rampa. As aulas da letras são no quarto e quinto andares e o elevador está quase sempre quebrado. Tenho outra fotinho pra comprovar. Ela é antiga, já mudaram a empresa responsável pela manutenção, mas a melhora foi de 10% no máximo.
Não vou entrar muito nesse aspecto pois ele não diz respeito a um curso de Letras, mas sim a uma Universidade em si. Mas fica aqui a denúncia.


Esses são os problemas principais do curso de Letras da Universidade Federal Y, onde eu estudo. Gostaria de deixar bem claro que meu objetivo não é prejudicar a universidade, o curso de letras, os professores ou qualquer um envolvido. Pelo contrário, meu objetivo com essas denúncias é fazer as pessoas pensarem, é tentar plantar a semente incômoda da indignação na cabeça dos alunos de letras, para que possamos fazer algo e mudar esse quadro! Sei muito bem que esse tipo de coisa que acontece no meu curso acontece em vários outros, em menor ou maior escala. Por isso mesmo que nós, alunos, que temos que reclamar, se mover, xingar, falar uns palavrões, FAZER ALGUMA COISA.

O meu curso de letras tem um potencial gigantesco! É voltado para literatura, é noturno, fica em um lugar de ótimo acesso, tem professores ma-ra-vi-lho-sos, tem TUDO para ser um curso revolucionário de um jeito excelente!

Se alguém se mover mais, se alguém notar os erros, os problemas, os deslizes e tentar fazer alguma coisa, quem sabe nosso curso ( ou melhor, NOSSOS CURSOS pelo Brasil afora ) não consiga inflar o MEC de orgulho e faça com que ganhemos uma nota 5 de 5 - ao invés da fraca nota 3 que meu curso ganhou.


Beijos, abraços e esperanças de melhorias!

Netinha

P.S.: O professor Marcos Bagno, em sua página pessoal no Facebook, divulgou um texto super interessante, verdadeiro e deprimente sobre os cursos de letras no Brasil. Se quiser ler, clique aqui!

P.S.S: Esse post foi escrito de uma vez só, me perdoem por possíveis erros de digitação ou de qualquer coisa. Fiz questão de não revisar nada, por falta de coragem mesmo. Vai que me desse medo de ser jubilada e eu apagasse tudo?
NÃO ME PROCESSA QUE EU SOU POBRE! NEM ME JUBILA QUE EU QUERO ME FORMAR!
=)

UPDATE 01/12/2012:

Tirei essas fotos para mostrar que a sala continua ocupada. O jornal que aparece é do dia 30 de novembro, que foi o dia das fotos. Não dá para ver o ano, pois a Madonna está na frente, mas como ela não veio para cá no ano passado, esse jornal é de 2012. Qualquer dúvidas em relação à autenticidade do jornal, é só entrar no site www.destakjornal.com.br, e procurar a data desta edição.

Quanto à sala, podemos dizer que, peelo menos, estão trocando a porta por uma melhor, o que é ótimo! Mas não muda o fato de que a sala ainda é depósito de tranqueiras e vestiário de funcionários.
É só clicar nas fotos que elas aumentam, ok?